Seis trocas de sons na fala e na escrita, até quando são normais?

 

Qual professor nunca teve um aluno que apresentasse trocas de letras na fala ou na escrita?

Quando essas trocas ocorrem na escrita (seja no início, meio ou final da palavra), chamamos de *dificuldades regulares diretas*. Isso acontece porque alguns fonemas são muito semelhantes, causando confusão. No entanto, para ter essa classificação é importante que cada grafema represente apenas um único som.

Por exemplo, a letra F sempre terá o som de /f/, enquanto a letra V sempre terá o som de /v/. Quando as trocas ocorrem entre as letras f/v , t/d e p/b , chamamos de trocas surdas-sonoras. Além disso, há também trocas comuns entre as letras m/n .

Existem ainda outras trocas que não são classificadas como dificuldades diretas regulares, como as trocas entre as letras c/g e j/x . Elas não se enquadram nessa categoria porque um grafema pode ter mais de um som como a letra C que pode ter o som de /k/ ou de /s/, ou vários grafemas podem representar o mesmo som como é o caso do som /x/ que pode ser pela própria letra X ou o dígrafo CH.

Todas essas trocas fazem parte do processo de desenvolvimento da escrita. No entanto, se você notar que um aluno enfrentou muitas dificuldades e que, mesmo após as intervenções, não apresenta uma evolução satisfatória, é necessário considerar um encaminhamento a um especialista.

E quanto às trocas na fala? É importante ficar atento quando essas trocas ultrapassam a idade esperada. Abaixo, você encontra as trocas de letras mais comuns em cada faixa etária:

👉 18 meses – b , m

👉 2 anos – p , t , d , n

👉 2 anos e meio – k , g , nh

👉 3 anos – f , v , s , z

👉 3 anos e meio – x – ch , j – ge/gi

👉 4 anos – l , lh , r , rr , s/r intermediários, encontros consonantais

Aos 5 anos, espera-se que a criança já tenha desenvolvido completamente a fala, sem confundir os sons. Caso perceba dificuldades persistentes na fala de um aluno, é essencial um encaminhamento a um especialista.

Por fim, é importante ressaltar que o professor não deve fornecer um diagnóstico, mesmo que tenha fortes intenções de que o aluno possa ter algum transtorno. O ideal é conversar com os responsáveis, expor suas preocupações e sugerir que procurem um fonoaudiólogo.